domingo, 23 de agosto de 2009




Imagino que aqueles que me acompanham devem estar meio frustrados pela minha ausência. Vocês não se arrependerão por esperar. Esses últimos tempos foram muito intensos, onde a Rebouças trabalhou intensamente em projetos novos e desafiantes, que me ocuparam intensamente. Realizamos Diálogos em 7 cidades com as mulheres mais diversas que representaram a confecção de 7 relatórios de Registros e mais 7 de Análises. Além disso, construímos um relatório que consolidou a voz de mulheres sobre a violência pública nas 7 cidades. A riqueza do material é imensa e poderei estar divulgando para todos a partir do lançamento pela Ministra Nilcéa Freire na CONSEG, no próximo dia 29 de agosto. As mulheres foram ouvidas, no que já se configura uma nova metodologia da Rebouças, baseada nos Diálogos - Rede de Convivências de David Bohn. Aprendemos muito. Eu e mais 5 pesquisadoras ( Nídia Carvalho, Juliana Duarte, Sandra del Soldato, Ana Amélia Duarte, Luiz Gaulia) pudemos ouvir a histórias incríveis de mulheres protagonistas que venceram violências em suas infâncias, algumas que estão presas por crimes cometidos ou por decisões de não denunciar crimes de companheiros ou filhos. Aprendemos com mulheres que fizeram diferentes opções de gênero, com profissionais de sexo, com grávidas adolescentes, ou bisavós que viveram inúmeros momentos da vida nas cidades. Ricas e pobres. Moradoras das calçadas e prédios e das favelas. Conversamos também com professoras, delegadas, bombeiras, motoristas de ônibus, promotoras públicas, rapper, DJ, pedreiras entre muitas outras profissões que, além de contar suas histórias, fizeram um diagnóstico da violência em suas cidades e sugeriram novos olhares sobre Políticas Públicas para Segurança. Aprendi que David Bonh tem razão quando diz que dialogar pode mudar o mundo. Quase nunca a população é convocada, como protagonistas, para refletir e interferir na dura realidade de nossas vidas. Outros, que pouco conhecem a realidade de fato, pensam e agem por nós. As mulheres vivem a violência das cidades com muita dor e são impedidas de exercer sua essência: a proteção. As realidades em cada cidade são surpreendentes.
Aos poucos vou contar um pouco de tudo isso aqui...depois do dia 29.

A outra notícia é que a Rebouças está ajudando na parte de comunicação, da Campanha Internacional Tic Tac no Brasil, que vai marcar os 100 dias que nos separam da Conferência de Copenhague. Aí está a grande oportunidade de exercermos nossa capacidade de impedir que o fim de nossa civilização vá acontecendo pouco a pouco. Temos inúmeras informações da ciência e precisamos mudar nossa forma de viver. Cada um de nós pode fazer muito somado à compromissos assumidos pelos países, o que poderá acontecer em Copenhague. Leia abaixo o que é a campanha Tic Tac e veja como você poderá ajudar a todos nós. Também teremos várias notícias aqui sobre a campanha nos próximos 100 dias.
Como disse sumi um pouco, mas volto com muitas notícias daqui para frente. Aos que me seguem muita paz.

Acorda! Chegou a hora de salvar nosso futuro, e sua assinatura faz muita diferença.

De 7 a 18 de dezembro de 2009, lideranças de todo o planeta estarão reunidas em Copenhague para firmar acordos mundiais sobre a grave ameaça das mudanças climáticas. É inquestionável que este problema já está em curso, com efeitos dramáticos e potencialmente catastróficos para todos nós.
Ainda é tempo de evitar o pior, mas é preciso agir imediatamente! A transição para uma economia de baixo carbono pode trazer grandes benefícios, mas isso depende de como agirmos agora.
O Brasil tem papel fundamental nessa luta, já que é um líder nas negociações internacionais, mas também um dos maiores emissores mundiais de gases do efeito estufa. Mas sua postura ainda é tímida quando se trata de assumir decisões firmes e ousadas para sanar o problema. Falha também ao não dar o exemplo, colocando em prática no país, todo o discurso que apresenta no exterior.
Por isso nós, abaixo-assinados, reivindicamos que - além de implementar as necessárias políticas nacionais – as autoridades brasileiras assumam JÁ o compromisso de defender ativamente no plano internacional o avanço para um acordo climático global que possa, no mínimo:

Garantir que o aquecimento global ficará bem abaixo dos 2oC em relação à média histórica, estabelecendo metas e mecanismos para que, antes de 2020, comecem a decrescer as emissões globais de gases do efeito-estufa.
Reduzir as emissões dos países desenvolvidos em pelo menos 45% até 2020, frente aos níveis de 1990.
Estabelecer objetivos mensuráveis, verificáveis e reportáveis para redução substancial das emissões de países em desenvolvimento emergentes e em rápido crescimento econômico, viabilizados por medidas apropriadas a cada país.

Apresentar medidas concretas de mecanismos e compromissos de aportes financeiros, para apoiar países em desenvolvimento na estabilização e posterior redução de emissões, e na sua adaptação às mudanças climáticas.

Aprovar a criação de soluções e mecanismos de REDD (Reduções de Emissões Associadas ao Desmatamento e à Degradação Florestal), justos e aplicáveis a curto prazo.

Promover a sustentabilidade e dignidade do desenvolvimento humano e a integridade dos processos ecológicos, mediante a transformação da economia e o fortalecimento da democracia.