Rio+20
É hora de
escrever. De olhar para trás, para ir para frente. Aproveitar todos os insights
que possam nos levar para o futuro. A Rio + 20 só começou e já dá para sentir
seu movimento, a sua beleza.
Sim, porque
como em 92, seja lá no que resulte, estaremos vivendo o encontro da humanidade
e isso é belo por si só. O aterro do Flamengo, o Fórum Mundial em 92, nunca
mais parou! Ali pela primeira vez o mundo esteve junto. Misturaram-se línguas,
cores, bandeiras, idéias, muitas trocas e muitos aprendizados. Não tínhamos internet,
celulares eram poucos, rede social nem sonhar, ninguém sabia direito o que eram
ONGs, qual o poder da sociedade civil, nem conhecíamos palavras que viraram
nosso dia a dia: ecossistema, biodiversidade, ecologia, meio ambiente,
responsabilidade social, desenvolvimento sustentável. A grande maioria da
população nunca tinha pensado que a terra tinha limites.
Começamos a
poder falar do lixo, da poluição, em cidadania, em fome, direitos humanos entre
tantos outros temas! Mais importante, começamos a falar criticamente de
CONSUMO. Percebemos que estávamos consumindo o planeta, pessoas, animais e
plantas! Enfim caiu a ficha. Durante esses 20 anos muitas fichas caíram. A
sociedade civil, com o ganho da tecnologia, descobriu possibilidade de atuação
em rede. A comunicação virou tarefa possível para todos!
Outros,
muitos Fóruns Mundiais aconteceram, fomos aprendendo a conversar pelo mundo em Fóruns
e Conferências. A sociedade civil descobriu que podia ocupar as ruas e ganhar
voz. Esse ano aconteceram ocupações em todo o mundo. As ONGs aprenderam a usar
comunicação. O Greenpeace virou Top of Marketing para jovens no mundo. Eles
descobriram também que foram enganados, comemos a rosquinha (conceito da Oxfam)
e deixamos um mundo complicado para eles! Problemas? Muitos. Aumentamos
praticamente todos os desastres econômicos, sociais, ambientais. A crise
econômica, que para mim é crise de paradigma e ética, que vai nos torturar até
que possamos descobrir que a economia é ferramenta para a vida, continua sendo
a crise para aqueles que vivem só para o dia e para o lucro.
As empresas
tiveram que começar pelo menos a fazer maquiagem. Corrupção e absoluta falta de
empatia com milhões que morrem de fome, ameaçam nosso futuro. Também nos faltam
líderes nos governos. Faltam corajosos, insensatos. Que acreditem em inovação,
que invistam na dignidade humana. Mas talvez o que possa nos salvar seja um
conceito que Marina Silva deixou escapar no início dessa Rio + 20: MILITANTE
AUTORAL. Todos nós podemos escolher ser militantes autorais, todos temos
tecnologia para falar, escrever, fazer música, evento, etc. Todos podemos ser
ativistas de novos tempos.
Desejo que
você descubra sua vontade, seu compromisso. Fazer sem pedir licença, pela sua
autoria, como fizeram todos os líderes que mudaram o mundo um pouquinho: Jesus,
Buda, Gandhi, Mandela, Betinho só para citar alguns que lutaram pelos direitos
humanos. O mundo está cheio de militantes autorais, eu poderia encher páginas
de nomes. Mas o que interessa é continuar despertando militantes autorais. Marina Silva é, acima de tudo, uma militante
autoral.
Esse mundo
em transformação precisa de militantes autorais. Seria ótimo que eles aparecessem
no Rio Centro, mas é importante para nosso futuro que apareçam no Posto 6, no
Aterro do Flamengo ou em qualquer outro espaço dessa cidade marcada para criar
voz para o futuro.
Amiga, parabéns pelo texto. Você tem mesmo este poder de despertar gente e mentes anestesiadas e adormecidas.Espero que tenha sempre esta vibração e garra pois a vida precisa de gente assim com este especial brilho nos olhos que mesmo nas difíceis marés, nunca se apaga.Bjo
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