sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Colômbia? Hoje é aqui!

Achoque há uns 3 ou 4 anos atrás, num Congresso do GIFE em Curitiba, eu e Bernardo Toro nos encontramos num bar. Fumávamos. Felizes. Conversamos sobre o trem, que uniria a América Latina! Alguém lá de baixo poderia namorar um brasileiropq o trem uniria todos os jovens...saí dali pensando o quanto desejei isso por toda minha vida...que a América Latina se olhasse e vivencisse sua territoriedade...Pois é ...não precisamos nem conquistar o trem, Shakira, no Rock in Rio trouxe a Colômbia, a Espanha mostrando que o local é global! Está aqui e agora o futuro! E como quase empre a cultura uni as almas! Sonho de Bernardo feito um trem de música! Som de almas!

sábado, 24 de setembro de 2011

Publicitária

Sou publicitária? Sim, sou. Muitos publicitários me olham como inimiga da publicidade. Desconhecem o meu prazer de criar, de seduzir, de encontrar a forma correta, a palavra certa, o conceito exato que faz uma marca existir. Desconhecem o quanto agradeço por ter aprendido a falar o essencial em trinta segundos. Não valorizam o planejamento na publicidade. Valorizam apenas a criação sem compreender o extenso e exaustivo trabalho de pesquisa, diagnóstico e planejamento. Esquecem que estratégia é escolha, é encontrar o público foco. Esquecem que descobri-lo é compreender as percepções, as pessoas. Sem perceber o que, o para quem, o por quê, as grandes sacadas criativas dão mais trabalho e são mais arriscadas. Sou da criação ou do planejamento? Sou da pesquisa? Isso tudo fica muito velho para quem percebe e tenta viver a visão sistêmica. Ela chegou de surpresa para mim no final dos anos 80. E tudo mudou.

Além da escolha e da estratégia, o que há mais de vinte anos me influencia tem sido a escolha ética do caminho a seguir. O fascínio do caminho criativo me impactou durante anos sem que eu tivesse consciência do meu compromisso ético, embora sentisse comichões e não dormisse bem as minhas noites. No final dos anos 80 minha consciência disciplinou minha criatividade. Deixei de ser criativa? Meus planejamentos perderam a força? Não. A participação nas campanhas “Ação da Cidadania e Onde você guarda o seu racismo?, a criação do Natal Sem Fome, além de trabalhos para todas as marcas de produtos e causas a partir de então, não deixam essa impressão.

Não há dúvida de que amo planejar e a criatividade é o ar que eu respiro. Para desespero de muitos colegas, respiro a criatividade como escolha ética, de valor, da vontade intrínseca de colaborar para um mundo mais justo, mais sistêmico, que busca construir uma nova economia, que não isola o ambiente e as pessoas dos tais “resultados”. Eu falava no deserto, mas a cada dia ficava mais claro que os verdadeiros “resultados” são ambientais, sociais (onde possamos tirar da Idade Média milhões de pessoas) e ao mesmo tempo vai passo a passo construindo uma economia verde e inclusiva. Estamos dando passos para uma nova civilização.

Vamos perder o nosso trabalho se a sociedade escolher de forma mais consciente o que consome? Ficaremos sem emprego? Esse é um pensamento medroso e despreparado para o essencial da vida: o movimento. Em todas as civilizações as profissões, a economia, os paradigmas mudaram. Empregos desapareceram e outros surgiram. Empresas que produziam produtos que as pessoas começaram a não consumir mais desapareceram. Outras chegaram e descobriram os novos desejos, criaram novos produtos e se desenvolveram. Por que temer a mudança se tudo morre e nasce com enorme rapidez? A grande pergunta neste momento da história é: existe coisa mais importante na vida do que o que tem vida? Será que essa sociedade da competição, do ganhar, do consumir já não consegue nos escancarar que nossa espécie está ameaçada? Aí estão todas as causas que fazem parte da minha causa: a vida. Passamos por cima dela com os velhos paradigmas. Acredito profundamente na capacidade que a comunicação tem de transformar consciências. Minha geração levou a sociedade a consumir milhares de “produtos”, aliás transformamos tudo em produto.

A equidade de gênero, as pessoas com necessidades especiais, a consciência da fome, do racismo que dorme dentro de nós, a liberdade de escolha sexual, tudo isso já foi um absurdo há poucas décadas. Avançamos? Muito. A humanidade caminha para novos estágios. Como está sendo difícil para publicitários perceberem que a comunicação tem um poder incrível de transformar, de criar marcas e de construir e que é exatamente por isso que nosso trabalho hoje consiste em criar as marcas da nova civilização. Arriscaria dizer que já estamos criando. Alguns empresas exigem isso porque desejam sobreviver a esse tempo. Estamos inventando nosso futuro. A Terra, esse ser vivo, se expressa todos os dias. Se não mudarmos o nosso modelo de viver corremos sério risco.

Sou uma publicitária comprometida com os novos tempos. Não há como ter uma profissão sem antes escolher onde você quer chegar. Onde, apesar de todo modelo econômico atual, você pode simplesmente ser. Uma publicitária que entendeu, há muito tempo, que a publicidade é só um pedaço das imensas possibilidades da comunicação. A sociedade se tornou dona da comunicação e ganhou liberdade para dizer o que pensa. Filma. Escreve. Cria seus próprios veículos de comunicação. Escolhe o quer e não quer mais na sua vida.

Atraso é querer desesperadamente manter as coisas como estão. Como diz Alvin Toffler: mudar ou ser refém da mudança.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Viva Maria!

Hoje dia 14 de setembro, o programa Viva Maria, da Rádio Nacional completa 30 anos no ar. A data está sendo celebrada com o lançamento do selo personalizado e carimbo comemorativo sobre o Dia Latino-Americano da Imagem da Mulher nos Meios de Comunicação. A Empresa Brasil de Comunicação – EBC, a ONU Mulheres e os Correios, realizou um painel sobre o tema, no Espaço Cultural da EBC e eu deveria ter estado lá... O rio amanheceu chorando muito, tudo nublado e o meu avião não sairia a tempo. Minha idéia foi falar com a Mara e o Bráulio para ver se eu não poderia entrar numa gravação. Bráulio lembrou do skipe e voltando para casa em pouco tempo colocamos tudo pronto para que “eu entrasse no ar” num auditório com 120 pessoas. Do Rio para Brasília. Não consegui mostrar meus slides, mas consegui falar o que achava muito importante ser falado: que o programa Viva Maria, através da voz da Mara Régia, de sua alegria, informalidade consegue conversar com mulheres de segunda a sexta-feira, em diferentes horários, pela Rádio Nacional da Amazônia, Rádio Nacional de Brasília, Rádio Nacional do Rio de Janeiro e Rádio Nacional do Alto Solimões e também está disponível para download gratuito na página da Radioagência Nacional. Com formato de reportagens e entrevistas (eu nesses anos já dei muitas) ela destaca a participação das ouvintes. É ali que muitas mulheres, sem acesso a informação, podem acompanhar as políticas públicas voltadas as mulheres, aprendem saúde sexual e reprodutiva feminina, conversam sobre a violência doméstica, a comunicação que explora a imagem da mulher. Fazendo uma pesquisa para a Secretaria das Mulheres com as mulheres do campo e da floresta descobrir a importância desse programa. A mulher fora dos centros urbanos não tem qualquer suporte, ou alguém sobre conversar sobre seus problemas de ser mulher. Caso sofra uma violência doméstica com quem falar? Com o padre, o delegado? Ela sofre numa imensa solidão... Lá não temos ainda nem delegacia das mulheres. Aí entra o Viva Maria que vai com ela para o rio, lavar roupa. A Mara está lá como uma voz amiga. São 30 anos gente, e a Mara que ganhou o prêmio da revista Cláudia ainda merece muitos prêmios! Acabei minha palestra virtual desejando que Mara com 90 anos ainda continue a levar oxigênio a mulheres que não tem atendimento à saúde, não tem delegacia de mulheres, não tem blog e não tem face book. Conheçam mais, vale à pena. Acabo o dia feliz também porque produzi menos CO2.