quarta-feira, 30 de maio de 2012

Um Rito de Passagem

Boomerang 81 - abril e maio de 2012


2012. Foram inúmeras as previsões para esse ano que vivemos! O mundo vai acabar? Os maias tinham razão?

O ser humano passa por um momento especial. Talvez o mundo não acabe. Talvez as previsões sejam de que o mundo, como o conhecemos, vai acabar. Ou será que começa a acabar? Ou será ainda, que caso a população mundial não consiga visualizar as profundas mudanças que precisa operar, o planeta entre num caminho onde as condições atuais de vida na Terra sejam outras?

 Não sabemos. Mas talvez não por acaso, o ano de 2012 será o ano da Rio + 20. Criamos uma oportunidade. Não sabemos se ela será aproveitada no nível suficiente que nossa querida casa, a Terra, precisa. Caminhamos para sete bilhões de habitantes no planeta, com quase um milhão vivendo com fome e não compartilhando de todas as nossas maravilhosas descobertas tecnológicas. Alguns comem demais, arriscando a vida exatamente como aqueles que comem menos, ou nada.

Vivemos o tempo da complexidade e dos paradoxos. Vivemos o tempo que investir em alertas que cheguem à consciência da humanidade são fundamentais, é como investir no ar que respiramos! Muitos estão completamente à margem dessa discussão. A maioria da população não tem noção que os desafios que serão discutidos na Rio + 20 impactam o nosso cotidiano.  

É muito importante que os governos cheguem a acordos inovadores. As previsões já nos anunciam que poderemos ficar decepcionados, apenas com pequenos avanços. Sabemos que a mudança que precisa ser feita é profunda: mexer com a economia para que possam surgir reflexos no meio ambiente e no social. Sabemos também que a economia só pensa em taxas de crescimento, que o PIB só mede o quantitativo. Todas essas medidas deixam o que tem vida para trás.

Mas o que os governos vão conseguir avançar tem uma importância relativa frente a nossa capacidade de ação e de transformação. O mundo está nas ruas. Esse ano inteiro movimentos sociais intensos ocuparam as ruas indicando um cansaço das condições atuais de vida no planeta.

É obrigação de cada um de nós anunciarmos, alardearmos o que esse grande encontro significará: uma oportunidade, um rito passagem.   Paralelo a essa inconsciência existem milhares e milhares de pessoas, de todas as gerações e classes sociais, pertencentes a todos os setores, que estão buscando não perder essa oportunidade. Trata-se exatamente disso, uma oportunidade!   É como se a humanidade estivesse prestes a ter um derrame, um ataque do coração! Já saímos do tempo de investir em prevenção, é atendimento de emergência. Que evitemos o pior!

Essa emergência está na minha mão e de cada um de vocês. Caso você seja uma pessoa que já tomou consciência de nosso desafio, aja. Na sua comunidade, na sua empresa, na escola de seus filhos. Não se finja de morto. Evite a morte súbita da humanidade. Fale, informe, lute contra todos os absurdos que construímos. Desde o desmatamento, não só lá na Amazônia, mas da sua rua. Plante. Recicle. Converse com o próximo, fale, impacte! Coma e cuide de seu corpo com consciência, ande de bicicleta, recuse-se a pensar que seu carro é você!  Pense antes de comprar: você precisa disso mesmo? Feche a torneira.

Não ponha sua vida a serviço do lucro, dando prejuízo à nossa casa! Pense em nova forma de lucro, aquele que ainda nem conhecemos. Revise suas taxas de investimento. Escute. Olhe para os lados, com consciência. De preferência coloque seu trabalho a serviço da vida! Sua vida a serviço da vida, sem preconceito! Viaje num avião pilotado por uma mulher! Caso uma negra te atenda num restaurante, considere a possibilidade dela ser a empresária, dona do restaurante e não uma empregada da casa. Deixe de lado esse desejo irresistível de comprar um carro novo, lembre do seu desespero no trânsito!

Procure uma nova descoberta para seu trabalho produzir menos resíduo, usar menos água, usar menos seu tempo em planilhas Excel. Invista em comunicação face a face, elimine dor no trabalho. Fique mais com seus filhos, olhe mais para o céu, de repente lá tem luas e estrelas. Enfim trabalhe para que 2012 seja não o começo do fim, mas o começo de um novo tempo da civilização. Torça pelos de bem que estarão lutando pelo melhor para os humanos. Não repita insistentemente: Ah, nada vai acontecer! Nada vai mudar! Visite a Cúpula dos Povos no Aterro do Flamengo, vá até a Karioca na antiga Colônia Juliano Moreira, acompanhe as notícias que virão do Riocentro. Viva a Rio + 20!

Caso você trabalhe em comunicação não faltarão certamente oportunidades. Trabalhe então com toda sua criatividade para descobrir e dar destaque a cada oportunidade de fazer, MAS FAZER DIFERENTE! Que muita coisa aconteça a ponto de nos surpreender.

Bom Rito de Passagem para você!


ILOS

Encontro da ILOS aconteceu em Porto Belo e resultou num plano de ação. Já foram realizadas devolutivas para sócios e colaboradores.
 

Vale

Devolutivas do trabalho de Avaliação da Comunicação interna chegou à Belém e Carajás. Nádia e Cida tiveram excelentes encontros com as equipes de comunicação.
 

Vale Minas

Palestra realizada no evento com todos os Comitês de Comunicação de Minas e Bahia. Foi um encontro maravilhoso, organização impecável na Estação de Trem da Vale em Ouro Preto.
 

Eletrobrás

Encontro com mulheres no final de março. Um evento com mini palestra e uma oficina: Como as mulheres podem ajudar no caminho para sustentabilidade? Foi incrível a quantidade de idéias que surgiram!
 

GIFE

Um encontro com organizações e empresas que investem em mulheres. Foi um encontro muito interessante durante a Conferência do GIFE. Nádia Rebouças facilitou o grupo num Diálogo para busca dos novos desafios para investimento em equidade de gênero. Quem quiser saber mais veja resumo, publicado originalmente no news letter do GIFE, no blog nareboucas.blogspot.com.br.
O Boticário – Nova pesquisa sendo realizada junto ao grupo de trabalho coordenado por Renato Manzano da Manzano e Associados.
Fundo Elas – realizou encontro na Casa do Saber sobre mulheres. Foi muito interessante ver o impacto das histórias de mulheres vencedoras, que passaram por cima dos preconceitos. Quem quiser ter melhor idéia da emoção do encontro leia no blog da Rebouças, textos produzidos por Camila Leal e Rosa Silva da Rebouças. (http://nareboucas.blogspot.com.br)
 

ABRAPCORP

Congresso científico no Maranhão; Foi um encontro fantástico. Refletir sobre a comunicação com professores de várias universidades brasileiras. Compreender como nosso desafio na comunicação é complexo. Recomendo muito ficarmos associados dessa instituição que oferece seriamente conteúdo para nosso trabalho no dia a dia. (http://www.abrapcorp.org.br).
 

Aposvale

Um dos trabalhos mais realizadores desses últimos 2 meses. Os aposentados da Vale, de várias regiões, construíram num Workplan o planejamento estratégico e o planejamento de comunicação para a organização. Agora seguimos para a implantação.
 

Fundo Socioambiental Casa

Encontro em SP com o Conselho da organização para construção dos caminhos da comunicação. Nova marca e novas estratégias de comunicação a caminho.
Palestras
Foram momentos especiais de encontro com estudantes e profissionais interessados em Comunicação e Sustentabilidade: Palestra Unigranrio (maravilhoso encontro de estudantes em Caxias), Palestra para vendedores da Unimed, Palestra no Congresso ACIJA – Associação comercial e industrial de Jacarepaguá.
 

Café com Rebouças

Já realizamos dois encontros: o primeiro em homenagem à Rose Marie Muraro com a participação de Rosa Alegria sobre as novas moedas e o desafio de novo modelo econômico. Agora em maio uma conversa excelente com o Instituto Alana e publicitários: Somos responsáveis sobre o que e como comunicamos? Já estamos planejando o próximo para julho. Junho é concentração na Rio + 20.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Preconceito: Medo de relacionamento? Medo de descobrir o igual no diferente?


No dia 10 deste mês de maio participei de um evento do Instituto Elas na Casa do Saber. Foi um café da manhã com mulheres inspiradoras, falando sobre a aventura de ser mulher na vida. 
Um importante ponto comum nos discursos foi o preconceito, falou-se de situações em que se foi vítima dos pré-julgamentos. 

Eu sou branca, tenho olhos claros, sou considerada bonita e nunca tive direito de expressar minha indignação contra o preconceito que sofro por ser assim. É como se o pré-julgamento das bonitas terminasse sentenciando suas vítimas a nunca poderem sofrer pela imagem preconceituosa que lhes foi imposta; já que é bonita mesmo, o que mais podem querer?

No evento do Fundo Elas eu me senti representada e aliviada por ganhar o direito de protestar junto com todas as outras mulheres ali presentes. Pude dizer publicamente o quanto me indigna sempre ser vista como privilegiada, o quanto fere a invalidação das minhas conquistas, o quanto a desqualificação das minhas potências é injusta.

Sei que cada pessoa traz em si as marcas destes rótulos acumulados ao longo da vida. Infelizmente, enquanto pessoas, estamos todos sujeitos ao preconceito. Ele se manifesta das mais variadas formas e reside em todos nós. Julgar é uma característica humana geral.
Porque é tão necessário rotular? 
De onde vem esta vontade de enquadrar as pessoas em estereótipos e atribuir-lhe papéis logo de cara? 
Torna-se mais seguro encaixotar o outro e determinar seu comportamento e crenças a partir de preconceitos, do que se relacionar verdadeiramente. É o perigo da troca que apavora.
Imagina conhecer o outro humano em sua forma real? Pode ser perigoso, podemos ficar vulneráveis, podemos criar afeto! Quanta responsabilidade! Que medo de cativar e ter que ser responsável pelo outro! Que pavor das relações.
Como ser prático e imediato e ao mesmo tempo aprofundar o contato com o outro?

Infelizmente estamos tão hábeis nesta prática de rotular que a leitura primária que se faz de um alguém a quem se está sendo apresentado funciona como um rápido diagnóstico: 
      Passo 1 - detectar que tipo de pessoa é aquela. 
      Passo 2 - acessar na memória as impressões sobre este padrão.
      Passo 3 - comportar-se taticamente como quem já teve acesso ao manual daquele tipo de
                     gente.

O medo do relacionamento é tamanho que "pré- conceituar" é uma ferramenta de defesa imediata.
O raciocínio inconsciente é: quanto mais pessoas inadequadas existirem, menor número de relacionamento preciso ter, logo estou menos vulnerável. 

Pela minha forma de enxergar o universo, percebo uma única maneira de dar início à transformação: o autoconhecimento.
Transformar este mundo de preconceitos só será possível quando encontrarmos dentro de nós mesmos o que nos faz repelir a outra pessoa.
Nós precisamos descobrir do que temos tanto medo! 
Quando estivermos inteiros e aprendermos a nos enxergar, poderemos descobrir o outro como de fato se apresenta, sem precisar enquadrá-lo em qualquer padrão pré-conceituado. Afinal de contas não pode ser a primeira impressão a que fica!

Camila Leal
Camila Leal é assistente de Nádia Rebouças desde dezembro de 2011. Está aprendendo a transformar através da Comunicação e Metodologias da Rebouças&Associados.

ELAS

Elas.
Segundo a nossa língua, é o pronome que substitui as meninas, mulheres e senhoras para nos referirmos a elas quando falando com outras pessoas ou quando elas não estão. Falando assim soa feio, quase que menosprezando, mas Elas é um pronome bem maior que isso e é incognitamente plural. Para mim a sua pluralidade é a essência de tudo aquilo que ELAS são.

O Fundo de Investimento Social ELAS já foi um dia o Fundo Ângela Borba e mudou sua cara e seu nome estrategicamente para melhor traduzir o seu valor e o seu trabalho. No encontro que o Elas promoveu na Casa do Saber, no último dia 10 de maio,  eu ouvi pela primeira vez a história da transição da marca pela boca de uma das ELAS. Para um profissional de comunicação essa história pode parecer igual a muitas outras historias de sucesso de rebranding, mas para mim como mulher que veio antes da educação, da formação e da profissão, me revelou significados formidáveis para ideias que me acompanham desde que nasci.

ELAS são mulheres investindo em mulheres, partilhando recursos e oportunidades e transformando as suas vidas e de muitas outras. O Fundo funciona como uma corrente em que cada elo é parte do outro formando uma interação de fato, feito o resultado: a mulher recebe em suas mãos uma oportunidade que a transforma. Como ser extraordinário que ela é, vai provocar transformação sua família, sua comunidade. É um mecanismo com pouca ciência, mas que provoca resultados concretos, palpáveis, mesuráveis e extraordinariamente positivos. O investimento social em mulheres é o único que tem obtido resultados assim no mundo inteiro.

O Fundo ELAS descobriu isso cedo!  Vale a pena investir em mulheres!  Mas o mundo está descobrindo as mulheres aos poucos, em passo lento. Hoje temos mulheres poderosas que ultrapassaram as mais difíceis provações para chegarem onde estão, na presidência de países e empresas, no cerne das decisões globais, na posição perfeita para influenciar e deixar sua marca. Mas será que essas mulheres estão investindo em outras mulheres?

Wangari Maathai foi uma ativista ambiental kenyana que nos anos 70 fundou o Green Belt Movement. Ela foi a primeira mulher do Kenya a se doutorar e escolheu a Biologia como seu campo de estudo. Ela entendeu cedo na sua vida que a Terra está viva e que o desmatamento, o cultivo excessivo de plantações estrangeiras ao seu país havia provocado alterações profundas na sua terra e na sua comunidade - a falta de árvores havia diminuído a quantidade de lenha que as mulheres usavam para cozinhar refeições e esquentar suas casas; e as encostas e bosques outrora luxuriantes haviam se tornado extensões de terra morta, instável, sem as antigas raízes que outrora as suportavam, sujeitas a deslizamentos e desabamentos e colocando a vida de milhares de pessoas em risco.
Maathai apelou aos governos, às autarquias e aos homens que tomavam decisões para a solução evidente - plantar árvores. Ninguém a escutou, exceto as mulheres.
Assim nasceu o Green Belt Movement, uma iniciativa de mulheres plantadoras que mudou os solos do Kenya, reverteu o déficite de mata daquela região da África e transformou a vida de milhares de mulheres do Kenya.

Essa história eu li num livro biográfico e foi suficiente para mexer com o meu pensamento, mas melhor ainda é ouvir algo assim inspirador directamente da boca da protagonista. As histórias partilhadas no encontro do ELAS na Casa do Saber tiveram para mim o mesmo impacto mobilizador. Como a história de Elza, uma das Bordadeiras da Coroa, que junto com outras mulheres e com o apoio do Fundo ELAS transformou totalmente a sua existência. Elza, como muitas mulheres espalhadas pelo mundo, estava imobilizada pela sua condição social e pelas circunstâncias aparentemente irreversíveis da vida como o lugar onde morava ou a educação que recebera. Com a ajuda do ELAS, Elza e suas colegas bordadeiras desenvolveram seu atelier, geraram renda para todas, melhoraram a condição de vida delas e das suas famílias e colocaram no mapa a comunidade do Morro da Coroa. Em Outubro de 2009 um vestido bordado pela cooperativa foi leiloado por 163 mil reais, (quem comprou foi o empresário Eike Batista), mas isso é quase insignificante face ao que essas mulheres alcançaram. Hoje elas são donas de suas vidas, são auto-suficientes, viajam para o exterior e fazem cursos de línguas. Tudo isso porque alguém acreditou nelas e lhes estendeu uma mão.

Wangari Maathai foi reconhecida com vários prêmios, inclusive foi a primeira mulher africana a receber um Nobel da Paz em 2004. Mas quantas mulheres no mundo sabem do seu trabalho? Quantas mulheres em África aprenderam com o exemplo? E quantas mulheres recebem a ajuda ou são ao menos consideradas por desconhecidos?
A resposta é simples, muito poucas.

O que Wangari Maathai e as ELAS têm em comum, é o mesmo que têm com a maior parte das mulheres do mundo - uma capacidade inata de se unir, trabalhar e produzir resultados positivos, ao mesmo tempo em que cuidando da sua família, da sua comunidade e (um pouco menos) de si própria.

Ouvir as histórias d' ELAS me fez lembrar das minhas e de todas as outras espalhadas pelo mundo. Fez-me lembrar que vale a pena acreditar em nós mulheres e me abriu os olhos para as infinitas possibilidades que nascem quando se dá uma pequena oportunidade a uma pequena mulher. Você também dê uma chance às mulheres, para que elas cresçam, se tornem grandes e mudem o caminho difícil em que a Humanidade colocou o nosso Mundo.

Rosa Silva

Rosa Silva é estagiária da Rebouças e veio completar seu mestrado de Portugal,  na área de RSA.  Esse é seu testemunho ao encontro Elas na Casa do Saber. Ela ficará no Brasil até julho e pretende voltar à sua terra Angola onde sente que tem um importante trabalho para realizar. A R&A tem contato e compromisso com Angola desde 1995.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Evento aponta oportunidades para promoção da igualdade de gênero


Evento aponta oportunidades para promoção da igualdade de gênero

Com o objetivo de detectar oportunidades para a promoção da igualdade de gênero, cerca de 200 pessoas se reuniram durante a atividade paralela do 7º Congresso GIFE, “Construindo novas pontes: O Feminino, as questões de gênero e o investimento social privado”, que ocorreu no dia 27 de março. Agora, o Instituto Avon, Childhood Brasil, Fersol, Fundação Ford, Fundação Orsa, Fundo Elas, Instituto Lojas Renner e Instituto Walmart, que se uniram para promover o encontro, lançam a sistematização do debate que contou com lideranças nacionais e internacionais.
NA PARTE DA TARDE EU FACILITEI A CONVERSA COM O GRUPO BUSCANDO DEFINIR CAMINHOS FUTUROS PARA O INVESTIMENTO EM QUESTÕES DE GÊNERO E O RESULTADO FOI SURPREENDENTE. DIRETAMENTE DO NEWS LETTER DO GIFE.

Entre as sugestões propostas figuram o apoio a projetos focados na educação de meninos e na inclusão dos homens como agentes de transformação sociocultural. “O homem não é o inimigo da igualdade de gênero, mas fruto de um caldo de cultura calcado em clichês sobre o feminino e o masculino no qual todos nós estamos navegando”, afirmou Carlos Zuma, do Instituto Noos. Zuma participou da mesa Gênero e a Dimensão Masculina, uma das sete mesas temáticas em torno das quais se reuniram os participantes no período da tarde.


Ideias e oportunidades
Olga Corch, do Instituto Avon, abriu os trabalhos do período da tarde. Os participantes se reuniram em sete mesas para discutir e apresentar sugestões para o avanço da questão de gênero no país. Abaixo, algumas das conclusões do encontro:

• JOVEM – É preciso atrair o jovem para o trabalho de reflexão e ação sobre o tema e investir no protagonismo juvenil. Trocar o ‘legislar pelo jovem’ pelo ‘legislar COM ele’ e usar linguagens e meios de comunicação com os quais o jovem se identifique.

• RECONHECIMENTO – Criação de um selo de certificação a ser concedido a empresas que promovam a igualdade de gênero e os direitos humanos. A sociedade fiscaliza e contribui, dando visibilidade às empresas certificadas e não consumindo produtos e serviços das empresas sem selo.

• DESENVOLVIMENTO FEMININO – As empresas devem capacitar as mulheres como agentes impulsionadoras do desenvolvimento sustentável e usar sua capilaridade na multiplicação da mensagem do consumo sustentável. A cadeia de valor deve ser envolvida nesse esforço pela sustentabilidade e pelo desenvolvimento econômico da mulher.

• ESFORÇO COLETIVO – As empresas, tal como o Estado e o conjunto da sociedade, devem se mobilizar para resolver a principal equação impeditiva da igualdade de gênero: a mulher ainda acaba sendo a principal responsável pelo cuidado com os filhos, com a casa, com os enfermos. Só quando os homens também compartilharem essas tarefas, as mesmas condições estarão disponíveis para que homens e mulheres convivam nos mesmos espaços de poder.

• REFERÊNCIAS – Criação de um banco de dados com indicadores sobre os bons retornos do investimento em mulheres. Uma forma de prover as mulheres de autonomia financeira é capacitá-las a formatar projetos que as tornem empreendedoras, fornecendo a elas assessoria em todas as fases de formalização da nova empresa.

Todas essas reflexões serão encaminhadas ao grupo de organizações que promoveram o painel. A riqueza do que foi discutido no encontro passará a permear, a partir de agora, as discussões dos investidores sociais privados. A idéia é ampliar o leque de critérios disponíveis para a escolha de projetos a serem privilegiados com recursos.