quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

O mundo que temos. Qual o mundo que queremos?

Nas últimas décadas a população mundial cresceu exponencialmente e assim multiplicamos algumas vezes nossos problemas econômicos, sociais e ambientais. Para aumentar a complexidade, os conectados cheio de informações, começaram também a ser cheios de opiniões e foram mudando suas escolhas de credos, estilos de vida, valores. Temos os corruptos, que são aqueles que não acreditam em nada, iguais aos traficantes e bandidos, usam as tecnologias, mas acreditam apenas em se dar bem.
Existem os que vão para rua empunhando cartazes demonstrando o inconformismo com a não conversa dos governos, que de repente, parecem velhos, muito velhos! Mas, não são somente os governos que esse ano ficaram mais velhos, todas as instituições e também as empresas estão mais ameaçadas pelos novos tempos.
Existem os vegans, vegetarianos, macrobióticos. E claro, os carnívoros.  Os defensores dos animais, os do meio ambiente em geral, de várias espécies de fauna e flora. Os preservacionistas e os que tentam encontrar soluções harmônicas entre o tal progresso e a preservação. Os que vêem nas grandes catástrofes as ameaçadas há tanto tempo anunciadas. Os espiritualistas. Os defensores do direito das mulheres, dos negros, da menoridade ou maioridade penal, dos agrotóxicos, dos orgânicos, dos índios, do parto natural, da água, contra o consumo, contra a propaganda infantil, a favor do casamento homossexual, os apavorados com o aquecimento global, etc. Temos também os times de futebol, partidos políticos e religiões. 
A conversa está difícil por todo canto do planeta. De qualquer forma muitas tribos estão lutando para que o ser humano perceba novos paradigmas que ajudem a salvar essa geração 400 ppm, conforme artigo no blog de André Trigueiro (httpi://migre.me/ewoxc).  Alguns já percebem causas sistêmicas. No meio dessa sociedade civil, que cada vez mais se organiza por “causas” estão as grandes corporações que não tem fronteiras e por isso estão presentes em toda parte e para qualquer tribo. 
A propaganda que garantiu o crescimento dos mercados por tantos anos e o jornalismo oficial e autorizado, aparecem muitas e muitas vezes sem sentido, destoando das vozes que se espalham pelo facebook, blogs, mídia ativistas, ou seja, por toda uma rede que se intitulou de social, ou seja, da sociedade múltipla e complexa.
As corporações pesquisam e procuram saber como envolver, ou mesmo satisfazer, essas diferentes tribos que se espalham por aí. Os partidos políticos se esmeram nos seus programas de propaganda política para tentar se unir às novas vozes das ruas. O mais difícil é perceber quais dessas tendências vão se firmar, ganhar massa crítica. Isso pode efetivamente mudar as estratégias de governo e das empresas. Matar produtos, acabar com marcas há muito tempo estabelecidas etc. As marcas têm todo poder, mas também nenhum poder, se grandes massas resolverem não comprar mais seus produtos. Por isso, todo o tempo, tem um batalhão de pesquisadores analisando comportamentos, lixos de residências, visitando a casa dos “consumidores”, tentando compreender o que determina a razão de compra de um produto ou uma marca. Outro batalhão está nos laboratórios desenvolvendo novos produtos e com o olho nos custos, na rentabilidade. Já temos, muitas vezes, tecnologia avançada que resolveria um problema aqui e outro acolá, mas vale a pena mudar esse produto já? Quanto se ganha se sim, se não? E o lucro dos acionistas? Em quase nenhuma dessas decisões vamos encontrar a variável direitos humanos ou sustentabilidade como prioridade.  Quem manda é a lógica de curto prazo do sistema. 
Os níveis de consciência estão mudando. Os hábitos e estilos de vida estão em transformação.  As mães mudaram. Existe uma vanguarda mudando a forma de comer, de tratar da saúde, de consumir, de nascer, de morar, de comprar, de se locomover, de viver junto. Estamos mudando efetivamente nossa leitura de rótulos, nossa escolha de alimentos. As empresas que inovarem vão ganhar?    
Estão também em mudança as formas de trabalhar e nisso ponho muita atenção e estudo. Gastamos 10, 12, 16 horas com trabalho, e aí tem uma tensão colocada que pode ter seu junho de 2013 pela frente. Tempo é o desafio. E ele é complicado pela terrível mobilidade urbana.   
Colaboradores de empresas são cidadãos. Colaboradores conscientes, de várias áreas, estão contribuindo para a transformação dentro das empresas. Bons diagnósticos, comunicação interna, comunicação face a face, responsabilidade social, meio ambiente vem sofrendo pela crise econômica que estamos vivendo.  Os processos, com colaboradores, que co-criem o futuro, só tem a contribuir para esse extenso processo de mudança do qual nenhuma empresa passará incólume. 
Perdeu-se em 2013 o medo de ter opinião e com isso há uma determinação de pensar e escolher como queremos viver.  Reputação das marcas tem cada vez mais importância para a construção dos business do futuro, mas precisamos estar abertos a quais os valores que a sociedade brasileira vai escolher, ou está escolhendo.