sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Entrevista para o site do Greenvana

O meio ambiente tem uma colaboradora e tanto. A consultora de comunicação e diretora da Rebouças e Associados, Nádia Rebouças, começou a atuar em 1972 e já trabalhou com o sociólogo Herbert José de Souza, o Betinho, na Campanha da Ação da Cidadania, deu aulas em São Paulo e conheceu a Amazônia. Casada, tem três filhos dos quais se orgulha e dois netos que já mostram a preocupação com o meio ambiente. Sua relação com as questões ambientais começou com a Eco-92, onde ela percebeu a dimensão do problema e o número de pessoas que tentavam “acordar” sua cidade para essas questões. Hoje Nádia trabalha com estratégia e planejamento em comunicação.

Positiva com relação as questões ambientes do planeta, Nádia afirma que “daqui há alguns anos teremos um novo mundo”.

GREENVANA STYLE: Qual é o papel da comunicação na construção de uma sociedade sustentável?

NÁDIA REBOUÇAS: Está em plena atividade e tem um papel fundamental. A comunicação divulga para dentro e para fora da empresa. A grande maioria dos comerciais de TV fala de um mundo novo, usando novos paradigmas. A comunicação está sempre presente na construção da consciência e não tem como escapar disso. Quem posiciona e dá conceitos é a comunicação. Em 1949, por exemplo, todo mundo fumava em todos os lugares. Foi quando a comunicação, o cinema e os anúncios falavam do cigarro como um grande barato. Eu era uma jovem que não gostava de cigarro, mas comecei a fumar porque era o jeito de uma mulher independente. É assim que a comunicação faz: ela seduz. Assim como hoje ela conseguiu mudar esse conceito.

GS: Como você avalia o crescimento dos blogs e das mídias sociais no conceito sócio-ambiental?

NR: É algo fundamental, pois dessa forma temos uma democracia na comunicação. O poder que a sociedade ganha com a internet é brutal. A questão é que ainda estamos aprendendo a usar isso. Hoje as empresas têm blogs. Existem pessoas trabalhando com blogs. Então a comunicação é uma grande vertente.

GS: Como as empresas estão se adaptando às necessidades do consumidor que busca uma nova postura?

NR: Esse cliente tem um poder que não conhece. O nosso padrão de alimentação, por exemplo, mudou e as empresas tiveram que se adaptar. A mesma coisa acontece com o meio ambiente. Os empresários estão atentos para descobrir o que o consumidor quer e elas falam em sustentabilidade porque perceberam que a população está preocupada com isso. A discussão de hoje é sobre a economia “verde”. Nosso objetivo é encontrar formas de desenvolvimento econômico que respeite o desenvolvimento social e o meio ambiente. E isso é um desafio muito forte, mas vai levar as empresas a pensarem num conceito de lucro e deixar os profissionais mais conscientes. Acredito que, com todas as crises, estamos vivendo um ponto de mutação que coloca a serviço dessa construção de uma nova era. Temos uma quantidade de tecnologia já criada que não conseguimos colocar na sociedade por uma questão de paradigma econômico. Os economistas vão ter que se transformar para que a gente ponha dinheiro onde é “verde” e inclusivo.

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