quinta-feira, 7 de março de 2013


Planejamento, o instrumento

Acabei de ver um programa de entrevistas com músicos, todos com seus violões. A conversa impressionou
porque cada um começou a explicar as características do seu jeito de tocar violão. Comentaram também como o violão, as cordas, o jeito de tocá-las davam novas cores às canções; O violão de João Gilberto ou de Paco de Lucia, apesar dos dois serem violonistas, produzem música, ritmos e emoções diferentes.
Comecei a pensar na ferramenta planejamento. Um mesmo instrumento que também produz “sons” diferentes.
Não só enquanto se constrói, como depois de executado. Cada um de nós tem seu instrumento, nem todos
são instrumentos musicais, podem ser uma vassoura, uma máquina fotográfica ou algo como as metodologias de planejamento. O saber usar um instrumento nos oferece oportunidades de prazer pessoal e intransferível.
Planejar e varrer também faz parte de nossas “artes”.
O planejamento, que é meu instrumento, é algumas vezes pouco compreendido, pouco valorizado, às vezes
até considerado uma perda de tempo. Tempo e curiosidade é o desafio do diagnóstico: procuram-se
referências, descobrimos, pesquisamos, refletimos. Às vezes precisamos entender complexos sentimentos de
um dado público que pouco conhecemos, aí outra vez volta a arte: os atores verdadeiros também tem que
compreender sentimentos de personagens muitas vezes muito diferentes deles.
Depois precisamos escolher o foco claro, para construir objetivos. Em determinados planejamentos, e cada
vez mais, é necessário pensar em objetivos para cada público de relacionamento envolvido na ação. A seguir somos estimulados na nossa criatividade para construir um mix sistêmico de atividades, processos de
comunicação. Tudo tem que fazer sentido, como se estivéssemos desenrolando um novelo. Quando isso
acontece sentimos conforto, como quando a cerveja desce redonda!
Mas precisamos continuar: temos agora o desafio de escolher a idéia central, o conceito, aquilo que deverá ser a essência da nossa comunicação. O quê falar em destaque para conseguir que nosso público perceba todo o resto do nosso plano? Para que nossa comunicação seja efetiva? Qual a idéia? Planejamento sem idéia é aniversário sem bolo.
É fácil perder um planejamento na execução, por isso terminado e convencido do plano que escrevemos,
precisamos virar guardiões dele! Construir o caminho para que ele ganhe parcerias, muitos precisam acreditar nele. Eu quase sempre procuro a construção coletiva com os atores e cada comunicador pode fazer isso dentro da empresa. Preciso também pré estabelecer como vou avaliar e medir os resultados.
A metodologia, descrita de forma simplificada acima, é um instrumento, mas como vamos “tocar” com que
sensibilidade, alma, isso fará toda a diferença na qualidade da “música” que vai se ouvir! E olha que tem muito planejamento “certinho” por aí sem alma, sem descobertas, sem conceito ou sem criatividade!
Eu amo construir planejamentos de comunicação e encontrar companheiros que contribuam na “canção”. Esse continuará sendo meu instrumento para me manter ativa e desperta para criar comunicação que transforma.

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